Sentir-se perdido é uma das sensações mais comuns para muitas pessoas enquanto outras simplesmente vão adiante sem pensar muito sobre o próprio agir. Cada um de nós encontra uma maneira de se sentir fortee conduzir o próprio barco. A viagem sem destino figurativa é menos interessante do que viajar sem destino pelo mundo, desejando se perder para se reencontrar.
Nos meus tempos de guia eu costumava dizer aos meus passageiros que eles estavam começando aquela viagem comigo mas com uma condição: deixar para trás o melhor lugar do mundo, a nossa casa, o nosso lar, com as nossas certezas, os nossos cantinhos favoritos, a nossa cama, o nosso travesseiro especial, enfim... viajar é ir em buscar do desconhecido. Mas tudo é passageiro. É um ensaio para uma possível mudança. Portanto, se o hotel for pequeno ou grande demais, ele será o nosso ambiente durante um período limitado. Quem procura certezas será um viajante infeliz porque nem tudo numa viagem é do jeito que a gente gostaria que fosse. Mas isso é que deveria nos ajudar a nos conhecermos melhor diante das dificuldades. Com isso não quero dizer que tenhamos que aceitar tudo e não exigir conforto mas usar o bom senso. Se você entrar na viagem você não se sentirá perdido, se sentirá fortalecido por uma experiência que tirou você da sua zona de conforto mas te devolveu ao lar, diferente, esclarecido, extasiado, feliz. Viaje sempre, mesmo que seja viagens astrais, saia da zona de conforte de vez em quando. Permita-se perder-se pelas ruas da cidades anônimas e descobrir o comum das diferenças. Viaje no outro, escutando as suas estórias e vendo que a natureza nos fez diferente para abençoar nossos encontros e termos vontade de conhecer o outro. Viaje sem destino mas planeje os seus dias. Descontruir a própria certeza diante da vida e do mundo é um exercício maravilhoso. Nivea Oliveira
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