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Na primeira noite da nossa separação, ao chegar em casa e me deparar com as minhas havaianas no mesmo lugar percebi que algo havia mudado. Eu vivia sozinha de novo.

O amor incondicional é uma manifestação do sentimento que, ao meu ver, somente os santos, as mães e os animais possuem. Hoje falarei sobre Kyra, meu doce setter irlandes, que me ama incondicionalmente e que me fez companhia durante um bom tempo. Kyra mudou a minha vida e a vida de minha mãe, com quem vive. Por causa dela fizemos ajustes, escolhas, enfim, tudo o que fosse necessário para deixá-la livre e feliz.
Os cães sempre foram a minha paixão. Tive poucos devido às inúmeros países por onde andei. O fato de não ter uma residência fixa por muitos anos obrigou-me a amar o cão alheio. Cachorro é tudo de bom mesmo! Não existe uma experiência igual. Penso nas amizades que fiz por causa da Kyra. Uma delas, a Carla Guagliardi, com quem divido essa paixão pelos fofos de quatro patas. Carla está na Alemanha e ela também possuía um setter fêmea chamada Fiamma (chama em italiano).
O que os demais chamam de trabalho eu costumo dizer que é paixão: dar banho, comida, remédios, cuidar das vacinas, dos eventuais namorados... enfim, a posse responsável. Não vivo essas coisas como um trabalho. Eu cuido de mim, por que não cuidaria da minha amiga?  Posso ficar sem falar com ela por algumas horas mas ela vem e me conquista de novo como se nada tivesse ocorrido. Ela não me pergunta por que não telefonei, não sabe se sou rica ou pobre, não me pede presentes. Simplesmente me ama. Em muitos momentos ela aplica a filosofia kyriana: me olha docemente e me dá a pata, seja lá o que tenha ocorrido comigo. Em meus momentos difíceis (e quem não os tem?) ela sentava-se ao meu lado quieta. E me observada com o canto do olho sempre que me movia.
Kyra nunca foi pequena, sempre foi grande. Foi mais jovem, hoje é uma senhora de meia idade. A minha tristeza é não poder estar com ela todos os dias. A minha alegria é saber que ela está com mamãe e vive muito bem. Hoje os carinhos são para a Da Paz, minha mãe.

Existe uma recordação muito forte da Kyra: ela costumava esconder uma das minhas sandálias havaianas. Ao chegar em casa eu ficava procurando pela outra sandália perdida. Com o tempo virou um jogo entre nós. Eu saía de casa e ela escondia uma das minhas sandálias. Ao meu retorno eu fingia estar com raiva e saía procurando o objeto "perdido".Na primeira noite da nossa separação, ao chegar em casa e me deparar com as minhas havaianas no mesmo lugar que eu havia deixado pela manhã percebi que algo havia mudado: eu vivia sozinha de novo. Beijos. Nivea

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