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Mostrando postagens de setembro 1, 2013

Dona Bilú

Dona Bilú – Nívea Oliveira Eu ainda era menino e não sabia nada sobre a luta de algumas pessoas para sobreviver e levar adiante os próprios sonhos. Naquele tempo a nossa pobreza era como os bolos de Dona Bilú: perfumados e saborosos. Não se sofria porque não tinha isso ou aquilo. Tínhamos tudo em nossas vidas: as cordas que meu tio da Marinha nos trazia para pularmos com as meninas de Dona Filó, a costureira; as estórias de vovó que era a líder da rua e os bolos de Dona Bilú. O nosso sorriso ficava mais largo quando, nos finais de semana, vovó ia visitar a amiga Bilú. A casa era simples, de chão batido. As roupas tinham um cheiro de sabão que meus produtos atuais não conseguem reproduzir hoje, quadros de antepassados, uma vida em preto em branco que desfilava sob o móvel de madeira escura da sala. Aquele era o móvel mais imponente daquele ambiente simples. Vovó sempre o elogiava. Ela dizia que ele havia sido dado de presente, no passado, por uma ex- patroa de Dona Bilú. O verd